Em busca da tristeza não há muitos. Maioria está em busca da felicidade.
Nessa jornada na busca pela alegria, o contrário parece que funciona muito melhor. A tristeza está em busca de alguém, mesmo quem não a quer. Ela vem desgovernada. Troço ruim.
Acompanhamos e curtimos os que ensinam ser feliz, ou, pelo menos, prometem. Postando momentos de sucesso, divulgam superação e conquistas. Na fórmula social, estar feliz, é quase que uma obrigação. Infelicidade não da views e nem likes.
No universo dos desejos para felicidade, há uma infinidade deles. Recomenda-se tantos, para, enfim, quem sabe não precisarmos desejar mais. No mercado dos significados, mesmo caros, os caprichos são parcelados, podem trazer a porta da esperança, com limite que dure uma garrafa, ou um espaço de tempo.
Nessa engrenagem de pensamentos, ainda há aquele que diz: feliz é meu vizinho(a), feliz é meu amigo(a).
Porém, o desejo é a nossa vida. Do contrário, viver sem ele, pode ser, não querer a própria vida. Desejar que a felicidade seja e permaneça na vida.
Para o psicanalista Jacques Lacan – “O desejo é a essência da realidade”.
Diz o poeta: “Quando você ficar triste, que seja por um dia / E não o ano inteiro / E que você descubra que rir é bom /. Mas que rir de tudo é desespero” … (Amor pra Recomeçar, Frejat).
Para Guimarães Rosa, “felicidade se acha é em horinhas de descuido”.
Apesar de todos os bons desejos e os maus também, ainda não encontraram a fórmula secreta da felicidade. A tristeza pode alcançar qualquer pessoa, até os que não tem motivos para tanto.
Na jornada da vida que clama por alguma razão que dê sentido, a falta precisa ser elaborada, a angústia merece um enfrentamento.
A infelicidade pode nascer dos desejos, mas viver é desejar, não ser infeliz. Talvez teremos que repensar ou descobrir o que desejamos.
Existe uma sabedoria bíblica que pode ajudar:
“Que a sua felicidade esteja no Eterno! Ele lhe dará o que o seu coração deseja.” (Salmo 37.3-4)
Joaquim Tiago
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